Em 2018, a lista de startups bilionárias teve o acréscimo de 96 empresas, acumulando mais de 300 unicórnios em todo o mundo. Diferentemente de 5 anos atrás, quando os unicórnios se originavam predominantemente nos Estados Unidos, em 2018, quase metade dos unicórnios nasceram espalhados pelo planeta, destacando-se principalmente a China e a Índia. A velocidade da expansão de unicórnios chineses tem sido impressionante, tanto em quantidade como em valor, reforçando a polaridade geopolítica atual entre EUA e China.
Apesar do clube de unicórnios ser dominado por chineses e norte-americanos, as características de suas respectivas startups são bem diferentes. Os unicórnios chineses são impulsionados mais pela inovação dos modelos de negócios que aproveitam o grande mercado consumidor em rápida ascensão, com maior foco em internet, e-commerce, O2O e Games. Em contrapartida, as startups norte-americanas são genuinamente empresas de alta tecnologia. Embora atualmente a China já represente quase um terço dos unicórnios do mundo, sua participação em startups de alta tecnologia - tais como inteligência artificial, big data e robótica – ainda está em torno de 15%.
Um unicórnio é uma criatura mítica com o corpo de um cavalo e um único chifre com poderes mágicos, seres supostamente raros e especiais. A metáfora criada em 2013 utilizava a noção de escassez e de exclusividade. De 2013 a 2017, em média 35 empresas se tornaram unicórnios por ano, quase um terço da quantidade de 2018. Há tantos unicórnios no Vale do Silício que as empresas agora são distinguidas não por serem membros do clube, mas pela rapidez com que o conquistaram. Outra novidade é a criação de novos termos como “decacórnios”, avaliadas em mais de US$ 10 bilhões, e “hectocórnios”, avaliadas em mais de US$ 100 bilhões. No horizonte ainda fica a indagação subliminar: estamos diante de mais uma bolha especulativa?