Data Insights – MAI - 2020
Efeitos Colaterais do Lock Down
Em meados de Março 2020, quando a pandemia chegou aos EUA, o número de novos desempregados no país atingiu uma impressionante marca, alcançando patamar próximo a 7 milhões de solicitações de seguro desemprego somente na última semana do mês. A quantidade acumulada em 6 semanas, chegou a mais de 30 milhões de pessoas recorrendo ao subsídio governamental, isso equivale a cerca de 18%de sua força de trabalho formal. Em outras palavras, 22 milhões de empregos criados durante o boom econômico da última década foram eliminados menos de um mês.
Conforme pode ser observado abaixo, em 50 anos de série histórica, os recordes anteriores haviam ocorrido na recessão do inicio da década de 80 e na crise financeira global de 2008.Nestas ocasiões, os picos semanais foram de “apenas” 695 e 665 mil solicitações, respectivamente. Ou seja, os números atuais chegaram a ser 10vezes maiores do que esses recordes pré-pandemia. Por outro lado, é muito difícil fazer esta comparação, uma vez que os EUA e o mundo em geral nunca experimentaram uma interrupção tão repentina da atividade econômica. Os EUA não são a única economia que registra números tão extremos. Cerca de 4 milhões de trabalhadores franceses solicitaram subsídios temporários de desemprego nas últimas duas semanas, enquanto a Espanha registrou 800.000 perdas de empregos devido à pandemia.
Em uma época de crise sem precedentes, quando o livre mercado sofre diariamente, muitos clamam pela intervenção estatal. O seguro desemprego é uma das formas dessa intervenção. No cenário de profunda recessão econômica, o governo precisa implementar políticas para fazer recursos chegarem nas mãos dos trabalhadores formais e informais, desempregados e empresas. Mas essas são políticas temporárias de mitigação de angústias de curto prazo. As dúvidas que ficam são: Os governos tem capacidade de manter essas políticas até o fim dessa crise? Quais as consequências destas ações no longo prazo?