Data Insights – MAR - 2020
“Infodemia”: o vírus viralizou!
O Coronavírus é o primeiro grande surto global de gripe da era digital. Juntamente com sua disseminação, um novo efeito vem se observando. As informações, nem sempre verdadeiras, estão se espalhando a velocidades e intensidades sem precedentes, muito maiores que as do próprio vírus. Não somente através da mídia jornalística, mas também pelos bilhões de usuários de redes sociais, o assunto vem sendo o foco global das atenções. Esse fenômeno está sendo chamado de “Infodemia”, ou seja, uma quantidade excessiva de informações sobre um problema que o deixa mais complexo e dificulta a sua própria solução.
O risco do coronavírus é relativamente baixo. É uma infecção respiratória que se propaga rapidamente, cujos sintomas são tosse seca, febre e cansaço, como uma gripe comum. Estima-se que a taxa de letalidade é de apenas cerca de 2%, e geralmente em grupos já vulneráveis. Como comparação, quase 50% das pessoas infectadas pelo Ebola morreram no surto de 2014-2016. Ou seja, a reação mundial à doença tem sido muito mais proporcional à propagação exagerada das informações do que à doença em si.
As redes sociais vêm apresentando um papel importante na proliferação de informações desencontradas, alimentando medo, pânico e, alguns casos, até xenofobia. Por outro lado, o volume de relatos pessoais que circulam todos os dias também pressionam os governos a tratarem o caso com mais seriedade e a divulgarem informações mais precisas sobre a crise. Afinal, a doença é relevante sim. Embora o pânico público não seja necessário, as ações sendo tomadas pelas instituições de saúde são.
O fato é que, além do combate à doença, a OMS está muito preocupada com as “fake news” pois, além de promover tratamentos pouco recomendados, estão alarmando exageradamente a população e os mercados, gerando drásticos impactos sociais e econômicos. Esse problema não pode ser atribuído unicamente às redes sociais, mas também às mídias tradicionais e seu apetite por polêmicas. Nesse contexto, surge um questionamento: Como combater uma epidemia de desinformação?