Os Estados Unidos têm uma longa história como uma nação de imigrantes, formada por sucessivas ondas de imigrações de diversas origens, com dois picos destacados nos anos 1910s e 2000s.
Atualmente, o país abriga aproximadamente 50 milhões de habitantes nascidos no exterior, alcançando o status da nação com maior população de imigrantes do mundo (cerca de 15% da população). A população de imigrantes também é muito diversificada, com quase todos os países do mundo representados em certo nível. Tal diversidade de etnias e multiculturalismo, historicamente, tornou-se tanto base para inovação acelerada e sólida governança institucional, como também para sérios conflitos sociais e raciais.
No início, a imigração foi quase exclusivamente europeia, como parte do processo de colonização e ocupação do território norte-americano, principalmente por ingleses, irlandeses e alemães. Por volta de 1900, iniciou-se a imigração proveniente da Rússia, China, Canadá, Turquia e Japão. Alguns anos mais tarde, a Segunda Guerra Mundial praticamente eliminou a mobilidade global, e a imigração para os EUA foi significativamente interrompida. Após este período, a chegada de imigrantes ainda recomeçou muito lentamente no contexto tenso proporcionado pela Guerra Fria. A imigração finalmente atinge novo pico entre 1990 e 2000 após a queda da Cortina de Ferro. A imigração asiática e mexicana também se tornaram fortes a partir de então.
É fato que a nação norte-americana sempre demonstrou certa ambiguidade em relação aos imigrantes, notadamente em relação a critérios de seleção e regras para acesso ao mercado de trabalho formal. Como uma verdadeira jovem nação imigrante, parece ser incoerente o discurso nacionalista contrário a imigrantes. Sucessivos governos defendem barreiras à imigração como questão de segurança nacional, em uma forte onda global xenófoba e tribal intensificada pelos ataques terroristas e pelos êxodos em regiões com conflitos militares no Oriente Médio e na África.
Não obstante o risco desta postura contrária está justamente no ressentimento crescente causado nas populações imigrantes que, anualmente, aumentam sobremaneira sua representatividade em território norte-americano. Ao longo do tempo, etnias latinas e asiáticas tendem a inclusive dominar o cenário político no país.