Income is vanity, profit is sanity

January 3, 2020

O número de startups de tecnologia cresce continuamente, sustentado por bilhões de dólares em

recursos disponíveis para investimentos de risco. No entanto, desde suas fundações, poucas startups

se mostram lucrativas. Mesmo assim, investidores ainda não parecem estar tão preocupados. Algo

intrigante, portanto, apresenta-se: crescentes e substanciais fluxos de caixa negativo sem perspectivas

de retomada. Por que?

Naturalmente, algumas startups estão atuando em fronteiras ainda pouco conhecidas, inclusive

próximas a centros avançados de pesquisa na academia, no governo e em grandes empresas. A baixa

probabilidade de êxito é proporcional ao elevado retorno em caso de aceleração da tese de investimento.

Outras startups estão justamente buscando eliminar atritos, assimetrias e outras ineficiências de

mercado, buscando efeitos de rede suficientes para alcançarem escala compatível com seu modelo

operacional altamente dependente de consumo de caixa. Também existem simplesmente as bolhas e

as ondas sem qualquer racionalidade associada. Afinal, o mercado de capitais é menos cartesiano do

que se imagina a princípio.

O “efeito Amazon” é convenientemente lembrado para justificar teses consumidoras de bilhões de caixa.

De qualquer forma, a Amazon ainda é uma exceção, talvez fortuita, à simples regra de gestão de finanças

empresariais: Receita é vaidade. Lucro é sanidade. Caixa é realidade. Em início de 2020, o mercado de

capitais global parece estar prestes a aprender novamente esta clássica lição.